Em evento realizado na última terça-feira (23), em Houston, Texas, representantes da Nasa anunciaram que a missão Artemis 2 pode ser lançada tão cedo quanto fevereiro de 2026. Será o primeiro voo espacial humano a deixar a Terra e chegar às imediações da Lua em pouco mais de 53 anos.

O anúncio não é propriamente uma antecipação, mas uma mudança na forma de apresentar o cronograma, que antes previa que o voo não deveria acontecer depois de abril. Agora sabemos qual a data mínima para a missão: não antes de 5 de fevereiro.

Como se trata de uma missão lunar, ela depende da mecânica celeste: a Lua precisa estar no lugar certo, na hora certa, para a realização da missão, o que propicia cerca de quatro a oito dias por mês em que o voo pode ser iniciado.

Durante a apresentação, Lakiesha Hawkins, vice-administradora associada interina para o diretório da missão de desenvolvimento de sistemas de exploração da Nasa, admitiu que há pressão para acelerar o voo, antes marcado para 2024.

“Esta administração nos pediu para reconhecer que estamos de fato no que as pessoas comumente chamam de uma segunda corrida espacial”, disse. “Há um desejo nosso de retornar à superfície da Lua e sermos os primeiros a retornar à superfície da Lua.”

A corrida, naturalmente, é com os chineses, e não envolve somente dar uma volta ao redor da Lua –como a Artemis 2 deve fazer no ano que vem–, mas colocar botas no solo, algo que não acontece desde a missão Apollo 17, de dezembro de 1972.

Embora não seja a linha de chegada, a missão tem grande valor histórico. Não só marca o primeiro voo tripulado além da órbita terrestre baixa desde a Apollo, como terá o primeiro negro (Victor Glover), a primeira mulher (Christina Koch) e o primeiro não americano (o canadense Jeremy Hansen) realizando essa jornada, já que todos os astronautas que realizaram as missões lunares nos anos 1960 e 1970 eram homens brancos naturais dos EUA.

Esse era um ponto importante martelado pela primeira gestão Trump (que declarou esses objetivos) e pela administração Biden (quando a tripulação foi efetivamente escalada), mas provavelmente será menos destacada agora, nessa segunda gestão Trump, mais marcada por um discurso indisfarçavelmente antidiversidade e nacionalista.

O voo terá duração aproximada de dez dias, o primeiro deles numa órbita elíptica ao redor da Terra, e os outros numa trajetória de retorno livre até as imediações da Lua e de volta (“retorno livre” significa que não será necessária nenhuma manobra propulsada para que a espaçonave retorne à Terra, com a gravidade do planeta e do satélite fazendo todo o trabalho nesse sentido).

No evento de terça-feira, os astronautas se dizem prontos para a missão e revelaram o nome que escolheram para sua cápsula Orion: Integrity. Segundo o comandante da missão, Reid Wiseman, os astronautas esperam que o voo abra caminho para a missão Artemis 3, que deve realizar o primeiro pouso tripulado. Mas esse futuro passo ainda depende do desenvolvimento do veículo Starship, da SpaceX, o que muitos apostam que vai demorar mais do que o que a China precisa para colocar seus primeiros taikonautas na superfície lunar, em 2029.

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