Empresas investigadas na megaoperação no setor de combustíveis controlavam 10% de todo o mercado de etanol do Brasil.

Os negócios, porém, não se limitam apenas ao produto da cana-de-açúcar. Também há presença em gasolina e diesel – e o crime organizado operava mais de 3% de todo o mercado de combustíveis do Brasil.

Os dados constam de relatório dos analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha, do BTG Pactual.

Segundo o estudo enviado aos clientes do banco, as empresas sob investigação representavam cerca de 3,1% de todo o mercado global de distribuição de combustíveis no Brasil, conforme dados de 2024.

Por segmento, a maior fatia da presença do crime organizado está no etanol, com 9,9% de todo o mercado brasileiro.

A investigação revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem, inclusive, a propriedade de quatro usinas de cana, além das negociações para compra ou participação em outras duas plantas industriais.

Entre os outros segmentos, as empresas investigadas representam 2,6% de todo o mercado de gasolina do Brasil. Em diesel, a participação chega a 1,1%.

Virada de página

Na análise, Carvalho e Cunha avaliam que a operação “limpa o mercado” e pode ser um ponto de inflexão na distribuição de combustíveis no Brasil. “A fiscalização abre oportunidade de participação para as empresas tradicionais”, cita o documento.

“Vemos isso como um potencial divisor de águas, eliminando a concorrência desleal e abrindo caminho para fortalecimento das empresas tradicionais”.

Os analistas citam que as empresas investigadas “distorciam a concorrência e comprimiam as margens” dos concorrentes que operam na legalidade.

“Vemos uma oportunidade, mais cedo do que o esperado, para as empresas tradicionais conquistarem participação e expandirem a lucratividade, apoiadas por uma conformidade mais forte no setor”, cita o documento.

Ontem (28), as ações do setor dispararam. As ações do grupo Ultra, dono dos postos Ipiranga, fecharam o pregão com valorização próxima de 8%.

Os papéis da Vibra, controladora dos postos BR, subiram cerca de 5% após a operação. Ações do setor de cana e açúcar, como Raízen, Cosan e São Martinho, também subiram mais de 2% no pregão.

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