O bitcoin operou em baixa nesta quinta-feira (4) em um cenário no qual analistas vem observando o ativo operar com semelhanças ao ouro, deixando as movimentações ligadas a busca por risco, em especial o mercado de ações, de lado.

O metal dourado também recuou hoje, e as atenções agora se voltam para a divulgação do payroll de agosto nos Estados Unidos, que deve ser decisivo para os próximos passos do Federal Reserve.

Por volta das 16 horas (de Brasília), o bitcoin operava em baixa de 1,17%, a US$ 109.944,14, e o ethereum recuava 4,30%, a US$ 4.272,48, segundo cotações da Binance.

Os traders consolidaram sua visão de que o Fed cortará as taxas de juros em setembro, após dados fracos sobre vagas de emprego. O mercado agora vê uma chance de 98% de um corte de 25% no final deste mês, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, acima dos 93% de ontem.

Custos de empréstimo mais baixos tendem a dar suporte a ativos de maior risco, como criptomoedas. Mas o bitcoin pode se comportar como um ativo de refúgio, movimentando-se mais em conjunto com o ouro do que com as ações.

O analista da Trade Nation, David Morrison, disse que as negociações de terça-feira, em particular, destacaram essa ligação.

“Foi interessante ver o mercado de criptomoedas se recuperar acentuadamente, juntamente com o ouro e o dólar, em meio à retração mais significativa nos preços das ações desde o início de agosto. Parece que as criptomoedas estavam se beneficiando dos fluxos de ativos de refúgio, já que os investidores reduziram sua exposição a ações durante a sessão de aversão ao risco de terça-feira (2)”, disse.

O entusiasmo em torno da listagem de empresas de criptomoedas no mercado de ações ainda parece forte, no entanto.

Espera-se que muitos bancos centrais continuem diversificando seus investimentos em ouro, deixando de lado os Treasuries – o ouro é um ativo que não está sujeito à solvência do governo ou ao risco de sanções.

“Isso levanta a questão: o bitcoin poderia desempenhar um papel semelhante? Assim como o ouro, ele não tem emissor governamental. Mas os EUA buscam cada vez mais se posicionar como um centro de criptomoedas, o que poderia politizar o ativo”, aponta Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank.

Em uma divisão mais acentuada entre Ocidente e Ocidente, as populações de mercados emergentes – que representam cerca de 60% a 70% dos detentores globais de criptomoedas – podem enfrentar pressão sobre seus ativos de bitcoin denominados em dólar, o que pode prejudicar sua adoção, avalia.

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