O governo Lula (PT) gastou ao menos R$ 337 mil para divulgar em redes sociais peças de propaganda sobre ações de combate ao crime organizado depois da operação no Rio que deixou 121 mortos.
O valor foi pago à Meta, dona de plataformas como Facebook e Instagram, para ampliar o alcance de publicações sobre o tema.
A campanha do governo tem duas postagens: uma delas defende a aprovação da PEC da Segurança, proposta pelo Ministério da Justiça como um dos principais planos da gestão Lula para enfrentar o crime organizado; outra afirma que só é possível agir nessa área com inteligência e faz críticas indiretas à operação do governo do Rio.
O valor de R$ 337 mil foi gasto em apenas três dias, de quarta-feira (29) até a noite de sexta (31). O pagamento aumentou a circulação das peças nas redes controladas pela Meta. As publicações foram vistas por milhões de usuários desde então.
As cifras são divulgadas pela própria Meta em uma página de transparência sobre a publicidade em suas redes. Os números são uma estimativa de despesas feitas pelos anunciantes para cada postagem.
O patrocínio de postagens em redes sociais é conhecido como impulsionamento. Usuários pagam para que determinado conteúdo chegue a mais usuários. No caso do Facebook e do Instagram, as publicações pagas aparecem na página de anúncios da Meta, dona das duas plataformas.
O governo tenta reagir à uma pressão recorrente sobre a gestão petista em torno da pauta da segurança pública. O tema deu um novo gás à direita, que voltou a se unir em apoio a Cláudio Castro (PL), governador do Rio.
O movimento tem como pano de fundo a disputa eleitoral do próximo ano e o receio do impacto do episódio à imagem do governoa gestão petista, que vinha em uma maré positiva.
O vídeo divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência e impulsionado nas redes da Meta faz queixas indiretas ao governo fluminense e defendendo a aprovação da PEC.
O vídeo diz que para atacar o crime é preciso mirar na cabeça, “mas não de pessoas”, e que o crime organizado é um dos maiores problemas do Brasil e “destrói famílias, oprime moradores e espalha drogas e violências nas cidades”.
A campanha também diz que matar criminosos não é a solução e defende que é preciso atacar o cérebro e o coração de grupos criminosos, citando como exemplo operação realizada em agosto pelo Ministério Público, com participação da Receita Federal, contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) no setor de combustíveis e do mercado financeiro.
A PEC da Segurança, enviada ao Congresso em abril deste ano, está atualmente em análise na Comissão Especial da Câmara. A avaliação é que a tramitação tem avançado em ritmo lento. A expectativa é que o texto seja levado ao plenário até o fim do ano
A ideia do governo é constitucionalizar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), estabelecendo diretrizes mínimas a serem seguidas por órgãos de segurança de todo o país.
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