O prejuízo dos Correios disparou no primeiro semestre do ano e atingiu R$ 4,37 bilhões, aumento de 222,4% nominais em relação ao R$ 1,35 bilhão no mesmo período de 2024, de acordo com dados preliminares da demonstração de resultado da estatal obtidos pelo Painel. Os números ainda precisam ser validados pelo conselho de administração da empresa.

A situação financeira da estatal foi um dos motivos que levaram o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a entregar sua carta de demissão ao presidente Lula (PT) no início de julho.

No primeiro trimestre, a empresa tinha registrado prejuízo de R$ 1,7 bilhão e vinha indicando ao governo que poderia precisar de aporte de recursos da União para melhorar sua situação financeira. Nos três meses encerrados em 30 de junho, o prejuízo subiu para R$ 2,64 bilhões.

No semestre, os Correios viram as despesas gerais e administrativas subirem de R$ 1,959 bilhão nos primeiros seis meses de 2024 para R$ 3,414 bilhões neste ano.

Um dos motivos apontados por Santos a diretores da empresa para entregar o cargo foi a pressão sofrida pela Casa Civil para cortar gastos e implantar na empresa um plano de reestruturação com o fechamento de agências por todo o país, como mostrou a coluna Mônica Bergamo.

A receita também caiu de R$ 9,283 bilhões no primeiro semestre de 2024 para R$ 8,185 bilhões no mesmo período desse ano, queda de 11,8% em valores nominais. Em nota na qual justificou os resultados negativos do ano passado, os Correios atribuíram o prejuízo à “taxa das blusinhas”, afirmando que a “frustração de receita observada em 2024 decorre exclusivamente dos efeitos do novo marco regulatório das compras internacionais —uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios”.

O prazo para divulgação das demonstrações contábeis no Diário Oficial da União é 31 de agosto, mas a expectativa era que os dados fossem publicados nesta sexta-feira (29), último dia útil do mês.

No entanto, para isso acontecer é preciso que as informações sejam validadas pelo conselho de administração, o que fará o prazo final ser descumprido. Nesta semana, uma reunião do colegiado chegou a ser marcada, mas foi cancelada.

Procurados, os Correios não quiseram se manifestar.


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